segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A LINGUAGEM AUDIOVISUAL ENQUANTO RECURSO LÚDICO NA ALFABETIZAÇÂO



Por: PEREIRA, Fabíola Andrade e LOCATELLI , Arinalda Silva

INTRODUÇÃO

A tentativa de tecer este texto nos induz inicialmente a uma reflexão sobre a necessidade de colocar em pauta um tema recorrente: a alfabetização, uma vez que nos dias atuais o fracasso da escola brasileira neste campo - embora seja um fenômeno reconhecido e denunciado já há várias décadas, - tem transformado-se em preocupação prioritária na área educacional do País.
Esse reconhecimento tem se manifestado não só em iniciativas tomadas no âmbito do sistema educacional e nem operacional de ensino (encontros e seminários sobre alfabetização, capacitação de professores alfabetizadores, desenvolvimento de projetos e programas nos níveis diversos de ensino), mas sobretudo numa multiplicação, na área acadêmica e científica, de estudos e pesquisas sobre o tema, o que faz com que este tenha maior notoriedade.
De acordo com Freire (1996, p.17), a “alfabetização significa adquirir língua escrita através de um processo de construção do conhecimento, dentro de um contexto discursivo de intervenção e interação, com uma visão crítica da realidade”. O posicionamento do autor já sinaliza para a perspectiva contemporânea de alfabetização, onde para uma pessoa ser considerada alfabetizada, não basta somente decodificar as letras, tornou-se necessário a compreensão e uso adequado dos códigos lingüísticos. Códigos estes que nas sociedades atuais foram ampliados, a partir da expansão e relevância adquirida pela linguagem audiovisual no cotidiano das pessoas. Assim, nesta perspectiva a leitura e a escrita devem ser concebidas dentro de práticas sociais diversificadas.
Segundo Soares (1998, p. 45) [...] à medida que o analfabetismo vai sendo superado, um número cada vez maior de pessoas aprende a ler e a escrever, e à medida que, concomitantemente, a sociedade vai se tornando cada vez mais centrada na escrita [...], um novo fenômeno se evidencia: não basta apenas aprender a ler e a escrever.

A criança convive diariamente com a linguagem midiática, sobretudo através da televisão, internet, etc. Hoje uma criança já chega à escola portadora de um novo tipo de alfabetização, a audiovisual, que carrega em si a perspectiva de uma aprendizagem lúdica, onde a aquisição do conhecimento se dá de uma forma prazerosa, mas significativa, por isso duradoura. Sob este ponto de vista a escola não pode ignorar e se eximir de refletir sobre o significado desta mudança no processo de alfabetização das crianças. Torna-se necessário repensar algumas questões para assim estabelecer uma análise sobre determinados elementos considerados importantes no corpo deste debate. Nesse sentido, alguns questionamentos tornam-se essenciais: que tipo de relação há entre o que chamamos de forma tradicional de ensino (baseada em livros) e a nova forma de ensino (com base nos recursos audiovisuais)? A escola entende a ludicidade como um fator importante na vida da criança? Em que medida a intervenção da ludicidade contribui para o processo de aquisição de conhecimentos tornando o processo de alfabetização uma prática diferenciada?

Estes e outros questionamentos tem subsidiado as discussões realizadas nas disciplinas de Alfabetização e letramento e Fundamentos e Metodologia do Trabalho em Educação infantil, tendo como suporte metodológico o projeto de extensão Cineclubinho UFToca.

E POR FALAR NO PROJETO


O Projeto de Extensão denominado Cineclubinho UFToca, teve início em outubro de 2009, fruto da parceria entre a UFT/Campus de Tocantinópolis, a Secretaria Municipal de Educação e o Cineclube do Campus. O objetivo geral do projeto é promover o áudio visual como um agente de desenvolvimento cultural e social, atuando como ferramenta no processo de educação, tornando-se um elemento de colaboração na inserção e integração social das crianças tocantinopolinas.
Trata-se de um espaço rico em possibilidades para a promoção do estímulo da fantasia, do imaginário infantil fomentando a ludicidade com vistas a contribuir para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social da criança. Pois, concordamos com a perspectiva de Napolitano (2003, p. 11) quando diz,

Trabalhar com cinema em sala de aula é ajudar a escola a reencontrar a cultura, ao mesmo tempo cotidiana e elevada, pois o cinema é o campo no qual a estética, o lazer, a ideologia e os valores sociais mais amplos são sintetizados numa mesma obra de arte.


Além disto, consideramos que o mesmo propicia ainda a realização de estudos, pesquisas e atividades ligadas as disciplinas do Curso de Pedagogia, que visem ampliar as possibilidades de utilização do recurso da linguagem audiovisual na atuação do(a) educador(a).
Para tanto, temos realizado uma vez por semana, a cada quinze dias, sessões fílmicas com crianças das escolas municipais, de acordo com um cronograma prévio estabelecido com as escolas. Após cada exibição pede-se aos professores (as) que desenvolvam atividades complementares que priorizem o caráter lúdico. Neste sentido, o projeto prioriza o desenho livre, a pintura, a conversa sobre aspectos do filme, a relação com histórias infantis e outras.
Durante o segundo semestre de 2009, foram atendidas 09 escolas e 13 turmas, no primeiro semestre de 2010 foram atendidas mais 06 escolas e 19 turmas de Educação Infantil. Ao todo o projeto atendeu aproximadamente 300 crianças das escolas locais.

Concomitante as essas sessões, tem-se levado os acadêmicos do curso de Pedagogia no intuito de desenvolverem observações subsidiados por discussões teóricas já realizadas em sala de aula. Perceber como a criança se relaciona com a linguagem audiovisual? que leitura fez da história assistida e como relaciona essa história a conhecimentos já adquiridos? qual a postura dos professores (as) durante a sessão fílmica? a ludicidade esteve presente durante o desenvolvimento das atividades? que importância tem o aspecto lúdico no desenvolvimento infantil? São algumas das questões que nortearam os debates nas disciplinas Alfabetização e letramento e Fundamentos e Metodologia do Trabalho em Educação Infantil, possibilitando um novo olhar a respeito de questões como a ludicidade, o conceito de alfabetização e a linguagem audiovisual.

A LUDICIDADE E O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO

A gênese da educação lúdica advém das primeiras comunidades primitivas onde os jogos assinalavam a própria cultura, sendo esta entendida como a educação e a educação por sua vez tida como fonte de sobrevivência. Desde a Grécia Antiga, passando por Platão, Comênio, Rousseau, Pestalozzi, Froebel, Montessori, Piaget e outros teóricos, a “educação lúdica esteve presente em todas as épocas, povos, contextos de inúmeros pesquisadores, formando, hoje, uma vasta rede de conhecimento não só no campo da educação, da psicologia, fisiologia, como nas demais áreas do conhecimento.” (ALMEIDA, 2003, p. 33)

Quando se pensa numa perspectiva de educação lúdica ou escola lúdica, Almeida (2003) explicita que ela não se diferencia das outras instituições de ensino, no sentido de formar cidadãos críticos, criativos, conscientes e que dominem os conhecimentos historicamente acumulados. Sua principal característica reside no prazer que a criança deve sentir em freqüentar a escola e aprender coisas novas relativas ao seu mundo, à linguagem escrita e oral, em aguçar a curiosidade e a formulação de conceitos referentes a diversos campos do conhecimento.

Assim, o aspecto lúdico de alfabetização consiste em alfabetizar crianças de forma prazerosa, participativa, por meio de textos, frases e palavras significativas, relacionadas ao seu mundo e a diversidade de linguagem existente. Segundo Freire (1996, p.160), “a alegria não chega apenas ao encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria”.

Para que aconteça uma educação lúdica, é necessário recuperar o verdadeiro sentido da palavra "escola": lugar de alegria, prazer intelectual, satisfação. É preciso também repensar a formação do educador, para que cada vez mais reflita sobre a sua função (consciência histórica) e adquira competências, não só na busca do conhecimento teórico, mas numa unidade deste com a prática alimentada pela experiência cotidiana.

O processo de alfabetização vem passando por várias transformações ao longo dos anos. Nesse processo de interação e trocas de experiências, as crianças se conhecem, pensam, divergem, discutem e trocam conhecimentos e informações, isto é, “a leitura e a escrita se tornam necessárias em função do desejo de ter acesso a outras modalidades de linguagem para participar do mundo”. (VYGOTSKY, 1998, p.10).

Atualmente uma modalidade que vem ganhando força no cotidiano infantil é a da linguagem audiovisual, onde a criança passa a ter contato com novos signos, códigos e valores, que levam para todos os espaços onde convivem, dentre eles, a escola. Local onde passam boa parte de seu dia, principalmente em se tratando de Educação Infantil.

Segundo Ferreiro e Teberosky (1999, p. 193) o processo de alfabetização passa por níveis de construção de conhecimentos e estes devem ser respeitados e considerados pelo educador durante o processo de alfabetização, pois, para que a criança chegue a ser alfabetizada ela necessita passar gradativamente e compreender cada nível, ou seja, Ferreiro e Teberosky (1999) nos oferece instrumentos que nos possibilita ver a criança no seu processo de aquisição da escrita, nos permitindo então verificar o que ela sabe e o que ela não sabe, até porque entendemos ser este o caminho a ser trilhado, é no que ela ainda não sabe, no que ela pode e tem condições de fazer com ajuda, com interferência do adulto, que o professor deve atuar. Assim, a descrição evolutiva ultrapassa o nível do diagnóstico e da avaliação inicial e contribui efetivamente para informar o desenho de situações de ensino/aprendizagem.

Nesse sentido, só será possível alcançar essas aspirações, se as instituições educativas conseguirem construir uma nova constituição escolar, regulada pela compreensão, pelo respeito à diferença e a diversidade baseada na participação ativa dos educandos (as) na vida escolar e social.

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

No (re) encontro com as literaturas que discutem acerca da linguagem audiovisual enquanto recurso lúdico na alfabetização, e na experiência vivenciada por nós enquanto educadoras, vimos que existem uma diversidade de idéias que explicam o surgimento, conceitos e concepções, idéias estas que tem tentado explicar, ao menos em parte, a heterogeneidade que as caracterizam. Assim, tendo em vista que este trabalho parte da iniciativa de introduzir dentro do Campus uma linha de investigação que propicie pesquisas futuras, vemos que a princípio seria perigoso pontuar conclusões, visto que o processo de amadurecimento implicará nas múltiplas tentativas de aperfeiçoamento no qual este passará. Mas, por outro lado, sentimos a necessidade de frisar que em se tratando de um trabalho que está em processo de construção, um dos componentes essenciais na constituição deste tem sido suas possíveis contribuições.

Assim, às atividades realizadas até o momento têm por um lado, ratificado a importância de projetos como esse, tanto para a comunidade interna do Campus como para a comunidade local. Por outro lado, vem se observando a fragilidade de nosso sistema de ensino em ter profissionais que tenham a consciência do papel da ludicidade no processo de aprendizagem das crianças e o uso adequado da linguagem audiovisual no processo de alfabetização.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, Paulo Nunes. Educação lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. 11 ed. São Paulo: Edições Loyola, 2003
FERREIRO, Emilia; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da Língua Escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
NAPOLITANO, Marcos. Como usar o cinema na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2003.
SOARES, Magda B. Letramento: um tema em três gêneros. BH-MG: Autêntica, 1998.
VYGOTSKY, L.S. Pensamento e Linguagem. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
SANTOS, Santa Marli P. dos. Brinquedoteca A criança, o adulto e o lúdico. Petrópolis: Vozes, 2000.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

IV Semana Acadêmica do Curso de Pedagogia, I Semana Acadêmica do Curso Pedagogia/PARFOR, I Encontro do Fórum em Comemoração aos 20 anos de Pedagogia


Segundo Freire , "Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão". E palavras, trabalho e ação reflexã foram categorias sempre presentes durante o evento ocorrido no periodo de 14 a 16 de outubro de 2010, no Campus da UFT-Tocantinópolis.

Vários foram os momentos importantes do evento onde ocorreram a partilha de idéias, experiências, revelações de talentos, sucitação de pontos para reflexão, etc .

Podemos citar a abertura, feita pelos acadêmicos (as): Rita de Cássia, Ravel, Maurizan e Raiolene que criaram uma aquarela de sons e talento.


As palestras com professores convidados de outras Universidades ou Campus da UFT


Também tivemos os momentos de apresentação de trabalhos, onde contamos com integrantes do nosso grupo de pesquisa, socializando suas experiências e estudos feitos.




Agradecemos a todos que participaram do evento, pois sem vocês a riqueza na troca de conhecimento, informações, talentos não seria possível.


quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Blog em Educação Infantil: informações interessantes!!!!!

Olá colegas!!!
Vejam o blog interesante que encontrei:
 http://analiseecritica.blogspot.com/?expref=next-blog
Abraços

Mônica Rocha

terça-feira, 14 de setembro de 2010

A hora da geração digita l!!!!!




"É provável que você  conheça alguém entre onze e trinta anos de idade que faz cinco coisas ao mesmo tempo: troca mensagens de texto, baixa músicas, faz upload de vídeos, assiste a um filme em um tela de duas polegadas e navega pelo Orkut, Facebook, MySpace ou Twitter. Ele faz parte da primeira geraçãoque cresceu nun ambiente digital - um fenômeno cultural global que veiopara ficar.
Uma investigação fascinante deste universo, A hora da geração digital tem como ponto de partida uma pesquisa de quatro milhões de dólares. O autor, Don Tapscott, entrevistou cerca de dez mul jovens e, no lugar de um bando de gente grudada nas mais  variadas telas, com pouca capacidade de concentração e sem habilidades sociais, ele descobriu uma comunidade que desenvolveu novas formas de pensar, interagir, trabalhar e socializar.
Com base em suas descobertas, e numa linguagem ágil e acessível, o autor revela neste livro:
  • Como o cérebro da Geração Internet processa informações;
  • Sete maneiras de atrair e mobilizar jovens talentos;
  • sete diretrizes para que os educadores utilizem o potencial da Geração Internet;
  • Como criar os filhos 2.0: não há lugar como o novo lar;
  • Como os jovens e a internet  estão transformando a democracia.
Se você entender a Geração Internet, entenderá o futuro. Don Tapscott torna isso possível."
Gostou do resumo? E da linguagem do texto? Pois o livro caminha nesta delícia de texto!!!!
eu estou lendo este livro e recomendo!!!!


TAPSCOTT, Don. A hora da geração digital: como os jovens que cresceram usando a internet estão mudando tudo, das empresas aos governos. Rio de Janeiro: Agir Negócios, 2010.
Fica aqui minha dica!!!!
Mônica Rocha

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Continuando a conversa sobre o filme "A Voz do Coração"


No dia 31 de agosto de 2010, o grupo de pesquisa sobre Infância e Linguagem reuniu-se para assistir ao Filme "A Voz do Coração" (La Choristes). A obra francesa data de 2004, dirigida por Christophe Barratier, concorreu em 2005 ao Oscar de melhor filme estrangeiro.
Trata da história de um professor de música (Clément Mathieu) que vai trabalhar em uma institutuição de "reeducação" de crianças, e se depara com um ambiente extramente rígido fundamentado na lei "Para toda ação, há uma reação", implatada pelo diretor Rachin, que no entanto não percebia a dimensão dialética inerente a tal lei, pois para cada reação rígida por parte da direção ou docentes surgia uma nova ação do lado das crianças.
Tal filosofia servia de base para a disseminação do autoritarismo e formas violentas de disciplina, metodogia esta questionada pelo professor recém chegado.
Muitas leituras podem ser feitas a partir desta obra cinematográfica, mas gostaria de chamar atenção para a importância do lúdico no espaço escolar (representado no filme pelo Coral), como a possibilidade de concretização da educação integral tão defendida por Gramsci.
Percebemos claramente que até a chegada do professor Mathieu a instituição fazia jus a sua denominação "O fundo do poço". As crianças não demonstravam prazer pelo aprendizado e muito menos pelo espaço escolar, e a idéia de reeducação não passava do nível intencional.
O professor Mathieu procurou instaurar a perspectiva de uma educação lúdica onde integrava-se uma teoria profunda aliada a uma prática atuante (NUNES, 2003). Propunha uma nova forma de olhar as crianças internas, proporcionando a elas uma ressignificação do aprender, do relacionar-se com o outro e um reencontro com a esperança e consigo mesmo. O filme revela ainda que a perspectiva da educação lúdica quando entendida como uma ação coletiva pode levar a transformações significativas, inclusive nos índices de indisciplina que tanto aflige as instituições escolares. Infelizmente fica claro que não é uma tarefa simples modificar formas arraigadas de como educar e a proposta de Mathieu é podada bruscamente. No entanto, as sementes já estavam germinando em alguns casos e mesmo com sua demissão, o cotidiano vivenciado teve suas estruturas abaladas e helleriana falando, a arte propiciou a saída de um contexto de alienação por alguns.

IV Semana Acadêmica de Pedagogia, I Semana Acadêmica/PARFOR, I Encontro do Fórum em Comemoração aos 20 anos Pedagogia


terça-feira, 17 de agosto de 2010

Educai as Crianças

Um coração de criança
É uma urna de amor, de inocência e esperança.
É um jasmin em botão de imácula pureza
Perfumando o jardim do Amor e da Beleza.

É uma flor aromal.
Uma ave pequenina,
Que nos recorda a luz puríssima, inicial
Da morada divina!

Mas a alma infantil, como leiva de terra.
Guarda, cria e produz aquilo que ela encerra!
Coração original, terra pura e inocente
Que desenvolve em si a boa e má semente.

Se lhe deres o Amor que salva e regenera,
A esperança no Céu que se resigna e espera,
Os exemplos do Bem que esclarece e ilumina,
Os archotes da Fé que sonha e raciocina.

A lição do Evangelho em atos de bondade,
Os perfumes liriais da flor da Caridade.
A Verdade, a Luz e o Amor - a trilogia
Que compõe no Universo os hinos da Harmonia
Vê-la-eis produzir dessas espigas d'ouro
De um dos trigais de abril imensamente louro.

Se lhe derdes, porém, as sementes do vício
Tereis o pantanal, a chaga, o meretrício,
A ferida social que sangra, que supura,
Os venenos letais da Dor e da Amargura!

Em vez do sol que aclara uma vida sublime,
Vereis a lava hostil que favorece o crime.
Educai, educai o coração da infância,
Roubai-o da torpeza do mal e da ignorância.

Plantai no coração dos pobres pequeninos
As árvores do Bem cheias de dons divinos...
Elevai-os na Terra aos píncaros da Luz,
Com os exemplos de Amor da vida de Jesus!
O coração da criança
É um sacrário de amor, de inocência e esperança.

Ponde nesse sacrário a hóstia que transude
A chama da Verdade e a chama da Virtude
E tereis praticado o ensino do Senhor
Que fará deste mundo um roseiral de Amor!

Chico Xavier

sexta-feira, 25 de junho de 2010

A MENTE EM SEU PORÃO...

-DE QUE SE TRATA VOCÊ NA VERDADE?
-EU?
-SIM?
-COMO ASSIM?
-JURO QUE JÁ TENTEI TE DECIFRAR MAS NÃO CONSIGO,NÃO HÁ BRECHAS. QUEM É VOCÊ?
-AH! MEU CARO, TU NÃO ACHAS BRECHAS PORQUE NÃO QUERO TE MOSTRAR NENHUMA. E EU NÃO SOU NINGUÉM APENAS ESTOU.
-VOCÊ É UM ARROGANTE ISSO SIM!
-VOCÊ ESTÁ COM MEDO DE MIM.
-O QUÊ?!
-EU TE CONHEÇO.
-CONHECE NADA!
-PELO MENOS EU SEI O QUE VOCÊ ESTÁ PENSANDO.
-OLHA VAMOS PARAR COM ESSA CONVERSA TÁ?
-QUE É? TEM MEDO QUE EU DESCUBRA?
-DESCOBRIR O QUÊ? NÃO SEI DO QUE FALAS...
-SIM VOCÊ SABE.
.... SILÊNCIO PROFUNDO,DÁ PRA OUVIR AS BATIDAS DO CORAÇÃO,TÃO COMPASSADAS QUE PARECEM UM MAESTRO A REGER O CORPO. O SUOR COMEÇA A BROTAR DOS POROS DA PRIMEIRA PESSOA DO DIÁLOGO, PARECE QUE VAI DESMAIAR,FICOU PÁLIDA,SIM ELA ESTÁ APAVORADA...

-EU SEI,SEI E TENHO MEDO POR  SABER.
-MAS AINDA HÁ MAIS COISAS...
-CALE-SE! NÃO QUERO OUVIR! PARE!CHEGA!
-MINHA VOZ SOA EM SEUS OUVIDOS MESMO QUE EU NADA DIGA, PORQUE É SUA MENTE QUE FALA... TÁ GOSTANDO DO PASSEIO? QUER VER MELHOR AQUELE ABISMO? VEM QUE EU TE MOSTRO.
- POR FAVOR,NÃO! ME DEIXE, EU , EU NÃO... AAAAAAAA!!!!
 AINDA BEM QUE FOI SÓ UM SONHO!


-SERÁ MESMO? (diz uma voz sussurando)


-???...


RITA DE CÁSSIA C. VIDAL

segunda-feira, 7 de junho de 2010

VII SIMPÓSIO DE EDUCAÇÃO DO CAMPUS DE PALMAS

Que tal aproveitarmos o evento para apresentar algo, com base nos estudos já realizados?


Temática: Educar na(s) Diversidade(s)

Data: 15 a 17 de setembro de 2010
 
INSCRIÇÕES DE TRABALHOS

As atividades do VII Simpósio estão organizadas em conferência, mesas redondas, relatos de experiência, painel, oficinas encomendadas e sessões de comunicação (apresentação de projetos de pesquisa, de extensão, pesquisas concluídas e em andamento, resultados de apresentação pública de monografias acadêmicas) na forma de pôster ou mini-cursos inscritos nos seguintes eixos temáticos:

1. Politicas Públicas, Minorias e Ações Afirmativas.

2. Currículo, Identidade(s), Gênero e Diversidade(s).

3. Educação, Formação de Professores, Cultura e Artes.

4. Educação, Sociedade e Ambiente.

O recebimento de inscrições para apresentação de trabalhos (sessões de comunicação) na forma de pôster ou mini-curso e oficinas estão ABERTAS e serão online através do e-mail do evento simpedpalmas@uft.edu.br até as 24:00h do dia 31 de agosto de 2010 e a divulgação dos trabalhos aprovados pelo Comitê Técnico-Científico será dia 10 de setembro de 2010. O pagamento das inscrições será por meio de Depósito na Conta Poupança Agência: 2525 Operação: 013 Conta: 00611195-7 na Caixa Econômica Federal e na Rede de Casas Lotéricas. Os participantes terão sua freqüência reconhecida e certificada com o Certificado de Participação com Carga-Horária de 30 H/A mediante apresentação do comprovante de depósito da taxa de inscrição. A inscrição para sessões de comunicação (apresentação de projetos de pesquisa, de extensão, pesquisas concluídas e em andamento, resultados de apresentação pública de monografias acadêmicas) na forma de pôster ou mini-cursos e oficinas com resumo expandido de 500 a 700 palavras, incluídos o título, nome do/s autor/es e instituição. Formado justificado; letra Arial 12; título centralizado em negrito maiúsculo; autores na margem direita após o título, apenas com e-mail; word 2003 ou superior; espaço simples; margem esquerda e superior de 3cm e direita e inferior de 2cm; 3 a 5 palavras-chave.Trabalhos diferentes dessas especificações serão desconsiderados.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Coração de tinta


Na última terça-feira, 01 de junho de 2010, assistimos ao filme "Coração de tinta" (Inkheart), como atividade de nosso grupo de pesquisa.

O Filme é originário do best-seller de mesmo nome, da autora Cornelia Funke, e a meu ver faz um convite ao mundo mágico da leitura e imaginação que provém dela, revelando o poder das palavras e confirmando o que diz Martins (1994), em sua obra "O que é leitura", a respeito da leitura ser dialeticamente um instrumento de poder dos dominadores ou mecanismo de libertação dos dominados.

E você, quais as impressões?

Sinopse

O best-seller mundial "Coração de Tinta", que deu origem ao filme de mesmo nome, conta a história de Mo. Há muito tempo ele decidiu nunca mais ler um livro em voz alta. Sua filha Meggie, devoradora de histórias, insiste mas não consegue fazer com que Mo leia para ela na cama. Meggie não entende o motivo da recusa, até que um excêntrico visitante noturno finalmente revela o segredo que explica a proibição. É que Mo tem uma habilidade estranha e incontrolável: quando lê um texto em voz alta, as palavras tomam vida em sua boca, e coisas e seres da história surgem como que por mágica. Este é o começo de uma aventura perigosa, cheia de acontecimentos fantásticos e reviravoltas imprevistas, que vai mudar para sempre a ideia que Meggie tem dos livros e suas histórias.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

LINGUAGENS E CULTURA: UMA ABORDAGEM SOCIAL, HISTORICA E ÉTNICA DA FORMAÇÃO LINGUISTICA NO BICO DO PAPAGAIO

O presente trabalho é fruto da pesquisa em desenvolvimento na mesorregião do Bico do Papagaio, região Norte do Estado do Tocantins, dentro do Núcleo de Estudos sobre Linguagem e Infância, com sede no Campus da Universidade Federal do Tocantins, em Tocantinópolis, cidade-polo da região do Bico do Papagaio. O trabalho visa analisar termos e expressões coletados em diferentes espaços, tais como a feira livre, as escolas, as igrejas e comunidades onde se encontram quebradeiras de coco babaçu e carvoeiros, realçando a constância de uma linguagem própria da mesorregião que traz em sua construção étnico-cultural a presença forte do índio e do negro, remanescente de quilombola. Acredita-se que tanto essa construção étnico-cultural, quanto a localização geográfica, como o percurso histórico desenhado pelos sujeitos partícipes de tais processos, possibilitaram uma construção lexical diverso do próprio estado do Tocantins, advindos dos fatores extralingüísticos ora colocados, pois além de tratar-se de uma região que foi palco da Guerrilha do Araguaia, da presença do indígena da cultura apinajé, de reminiscentes de quilombolas e a pertinência à Amazônia Legal e ao cerrado brasileiro, com diversidade na fauna e na flora, trata-se de uma área de difícil acesso quer pelas condições de transporte, quer pela presença dos rios Araguaia e Tocantins que, em alguns trechos, só se usa transporte fluvial, aliado à distância dos grandes centros, havendo, portanto, ainda uma linguagem distinta da linguagem considerada globalizada. A pesquisa embasa-se nos pressupostos teórico-metodológicos da Sociolingüística e da Lexicologia. Para tanto, utilizam-se os estudos do Atlas Lingüístico do Brasil para a pesquisa de campo, o que dá suporte para coleta e organização dos termos e expressões considerados próprios de tal localidade.
Este trabalho é desenvolvido em co-autoria? Não

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Com um tiro aqui e outro ali...

"Esses dias estava lendo um dos livros de Erich Fromm (A arte de amar) e encontrei essa frase, onde ele cita um escritor soviético, que a princípio me deu medo, mas confesso que depois de analisa-la passei a entende-la melhor: 

"Com um tiro - digamos assim - com um tiro, só um, você se livra de um sujeito.. Com um tiro, você nunca vai acertar a alma. Aonde está a alma num sujeito e como se manifesta. Mas eu não me poupo e mais de uma vez chutei um inimigo por mais de uma hora. Olhe quero conseguir saber o que a vida de fato é, como é a vida". Isaac Babel.

É ou não de assustar?! rrss. claro que sim, mas saindo dos pontos mais agressivos da frase vejamos só uma coisa... como podemos entender às pessoas, chegar ate às suas almas, se às afastamos sem que elas possam ao menos falar o que sentem ou querem?! 
 O tiro, no sentido metafórico, seria as más palavras e o controle que insensivelmente exercemos sobre elas sem percebermos, ou até mesmos porque somos egoístas... Seja qual for o problema que tudo isso leve.. Não sou a melhor pessoa para discutir psicologia. 
Mas uma coisa eu sei, e aprendi sobre.. Ter pelo menos um pingo de tato, paciência, jeito, seja lá como o chamaremos, conta muito nessas horas, porque "matar", desistir, entre outros, das pessoas é a coisa mais fácil do mundo, e que fazemos a todo momento, mas salva-las é a tarefa mais gratificante e sensível que podemos fazer por elas, e por nós mesmos, 
por que não?! porque dai-se e ajudar nao custa nada!!!!
Ahhh sim!!!!! Quanto a saber o que de fato é a vida e como ela é, isso só vivendo, seja errando e apanhando para descobrir, ou acertando sempre. Mas olhar para frente, viver o presente e tornar às coisas cada vez melhores já é um otimo começo para se tentar encontrar as respostas... Se é que às respostas de fato são necessárias." Allyne Araújo

"Devedora" e complicada em promessas, essa é a Allyne, peço desculpas pelo atraso, mas cá trouxe essa contribuição.. 
Estou  também nos blogs êxtase e rock and roll nos porões da mente (Esse texto é resultado de uma postagem de lá) e os brejos ao redor de minha alma agreste (Este em parceria com nossa querida colega Rita de Cássia) ..
beijões!!!!!

terça-feira, 18 de maio de 2010

Quisera eu...


Quisera eu ver a minha filha e outras crianças vivendo num mundo bem melhor do que é hoje;

Quisera eu ter a força dos mais fortes guerreiros para quebrar os grilhões de toda a maldade, injustiça, preconceitos e corrupção existentes;

Quisera eu ter a sabedoria dos mais sábios filósofos para viver em harmonia com todos;

Quisera eu ter a paciência de Jó, para saber a hora certa de falar e da de apenas ouvir;

Quisera eu ter a destreza da águia e poder alçar longínquos vôos para além do horizonte visível;

Quisera eu ter a proteção do casco da tartaruga para, nas tempestades da vida, proteger-me e proteger outras pessoas;

Quisera eu ter a fé divina para remover as montanhas do ódio, da incompreensão e tantos outros sentimentos que separam amigos, amores, humanos;

Quisera eu viver o bastante para agradecer a tudo e todos que me ensinam a cada dia o sentido da vida.

Quisera eu ter muita esperança e coragem para continuar sonhando com todos esses quiseras.

Arinalda Locatelli
Imagem: autor desconhecido

terça-feira, 27 de abril de 2010